segunda-feira, 29 de julho de 2013

Igreja de São Frei Pedro Gonçalves





Situada no Largo de São Frei Pedro Gonçalves, próximo à Praça Antenor Navarro no bairro do Varadouro em joão Pessoa/ PB, foi iniciada em 5 de junho de 1843, tendo essa data como a data de sua pedra fundamental.  O templo chegou ainda a ser cedido a Ordem Franciscana que aqui estava no Estado da Paraíba.


A mesma, composta por altas paredes só foi erguida graças às contribuições de comerciantes e pescadores que faziam paradas nas encostas do Antigo Porto do Capim, ali mesmo no Varadouro. Por esse motivo, o templo ganhou inicialmente o nome de Igreja dos Navegantes.



Nas paredes e em especial na porta central de entrada é possível identificar vestígios de grafismos que datam desde os primórdios de sua construção. No ano de 1919 recebeu a benção completa. 

Apesar de ter sua atual edificação datada de 1843 a igreja já havia sido citada em documentos beneditinos datados de 1692, atribuídos ao Capitão piloto Manoel Francisco Granjeiro. Dentro do templo é possível ver o que parece resquícios de sua antiga edificação em pedra calcária e em menor escala, o que leva a crer que o atual templo na verdade foi uma reconstrução do antigo templo que ali havia. Sua revitalização só foi possível graças ao magnífico trabalho da Oficina-Escola de Revitalização de Patrimônio Cultural de João Pessoa (site disponível abaixo), vindo a ser reinaugurada em 2002, após um trabalho de 2 anos. Um templo de rarar beleza, sereno e com uma exuberância dedicada a poucos lugares. Suas paredes altíssimas são um encantamento a parte, compondo um monumento harmônico e devidamente preservado. Atualmente aberto todas as manhãs para visitação de turistas e fiéis de um modo geral e com missas regularmente. 
Vale a pena visitar um lugar tão lindo, incluindo-o em seu roteiro de viagem!

Fique na Paz
E até a próxima!

FOTOS: LAIS LIMA SOBREIRA ®

Links para busca:






domingo, 28 de julho de 2013

Memorial da Arquitetura Paraibana


Possui influencia neoclássica, com abertura em verga. As janelas em portas estão dispostas me arco-pleno no pavimento inferior. Situado no prédio nº 02, no largo de São Frei Pedro Gonçalves, no bairro do Varadouro, o prédio que possui um telhado é apresentado em duas águas, foi tombado pelo IPHAEP no ano de 2000 e atualmente abriga uma exposição sobre o prédio e o próprio IAB na Paraíba (Instituto dos Arquitetos Brasileiros).
O prédio também já abrigou a Sede da Delegacia Federal da Agricultura e do Arquivo Morto do Governo do Estado da Paraíba.
Algumas plantas antigas estão dispostas como exposição no salão do casarão. A exemplo do projeto de Reforma de fachadas na Rua Duque de Caxias do Senhor João Celso Peixoto de Vasconcelos e o projeto do Pavilhão do Orfanato D. Ulrico para a festa das Neves a ser montado na Avenida General Osório.

A sua obra de restauração foi executada pela Linea Engenharia Ltda. O prédio data do ano de 1903 à 1905, erguido durante o governo de José Peregrino d’Araújo, tendo sido destinada em outros tempos à abrigar a Recebedoria de Rendas do Estado, associada ao funcionamento do Porto do Capim. O último uso datou de 1981, justo no ano em que a Delegacia Federal da Arquitetura devolveu o prédio ao Governo do Estado. É uma edificação situada num declive acentuado, estando ainda em parte no Pátio da Igreja de São Frei Pedro Gonçalves. Possui dois pavimentos e em 1991 foi cedida pelo governo do Estado ao IAB.

FOTOS DO LOCAL, LINK A BAIXO

Prédio de Faculdade de Direito - Antigo Colégio Jesuíta




Erguida no Estilo Barroco Colonial, está situada na Praça João Pessoa, no centro da capital Paraibana. Apesar de algumas mudanças o prédio ainda preserva características originais. Datada de 1586, pertenceu ao conjunto arquitetônico jesuíta, composto pelo atual Palácio do Governo (convento), a Igreja de Nossa Senhora da Conceição que foi demolida para dar lugar ao Mausoléu do João Pessoa e sua esposa, além do prédio da Atual Faculdade de Direito (que abrigava o Colégio Jesuíta).
Após abrigar o Colégio, serviu como Lyceu Parahybano, que só foi transferido em 1938. Seu tombamento pelo IPHAEP DEU-SEM EM 26 de agosto de 1980, durante o governo de Tarcísio de Miranda Burity e vindo a ser restaurado ainda sob a direção da professora Onélia Rocha Setúbal Queiroga em 1989.

Atualmente veiculado a Universidade Federal da Paraíba, abriga a Faculdade de Direito.

FOTO: LAIS LIMA SOBREIRA ®

terça-feira, 23 de julho de 2013

Desvendando a Simbologia na Arquitetura pessoense I- O Cruzeiro e a Águia Bicéfala da Igreja de São Francisco

Unveiling the Symbolism in Architecture pessoense I-Headed Eagle The Cruise and the Church of San Francisco - Paraíba

Revelando el simbolismo en la arquitectura pessoense I-Dirigió Eagle The Cruise y la Iglesia de San Francisco - Paraíba

Dévoilement du Symbolisme en architecture pessoense I -  aigle à tête de la croisière et l'église de San Francisco - Paraíba


Cruzeiro - ao fundo - Convento de Santo Antonio e Igreja de São Francisco


É indiscutível e admirável a beleza com o qual podemos conferir nas construções barrocas na capital paraibana. João Pessoa completará no próximo dia 05 de agosto exatos 428 anos de muita história e muitos mistérios também, principalmente em sua exuberante coleção arquitetônica, expressa principalmente nos edifícios públicos além das primorosas igrejas e conventos. 
Na posição de pesquisadora, sempre fui fascinada pela forma com o qual a arquitetura poderia esconder tantos mistérios em suas talhas, frisos, frontões, fachada de um modo geral, a exemplo do Convento de Santo Antonio e Igreja de São Francisco (conhecidos como Centro Cultural de São Francisco ou apenas Igreja de São Francisco - situada em João Pessoa - PB). Logo no adro é possível identificar um imponente cruzeiro feito em pedra calcária. Um monumento comumente localizado a frente de templos católicos. Uma prática antiga e com um significado mais profundo do que aparenta inicialmente. Muitos cruzeiros eram instalados antes mesmo da construções dos próprios templos e o significado é simples: A cruz como símbolo do sacrifício divino pela humanidade, onde também representava que "aquele" local estava destinado para a construção do templo, um território sagrado, demarcado pela cruz. 





O que é interessante notar é que o então cruzeiro situado no adro da Igreja de São Francisco em João Pessoa não é um cruzeiro qualquer: ele também é um rico exemplar de símbolos cristãos com origens em épocas bem remotas da humanidade. Em primeiro lugar, o cruzeiro abriga algumas aves que estão postas literalmente as pés da cruz. Não são quais quer aves: Em especial, uma bela ave bicéfala. Uma águia para ser mais exata. 
A origem das águias bícefalas é bem antiga e não é pertencente apenas a tradição simbólica cristã. Acredita-se que tenha origem dois mil anos antes da construção do Templo de Salomão, na cidade de Lagash - uma das cidades mais antigas da Mesopotâmia situada na Suméria, entre os rios Tigre e Eufrates ao sul da Babilônia ( hoje o território do Iraque). há relatos de que passou dos povos Sumérios para o povo de Akhad, seguindo para os Hititas e séculos depois, durante as Cruzadas entrando em contato com a tradição Europeia Medieval com o qual foi modificado e adaptado às tradições Cristãs, vindo no ano de 102 a. C se tornar um símbolo do Império Romano.  

Por ser um simbolo recorrente em várias culturas e ritos ao redor do mundo, o seu significado oscila entre o poderio imperial assim como para grupos mais restritos.  Na França por exemplo essa simbologia se estende também para grupos distintos como é o caso da maçonaria. Sendo usada pelo Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente, que viria mais tarde a dar origem ao Rito Escocês Antigo e Aceito a partir do ano de 1758. A mesma águia é o símbolo que representa o grau 33, o mais alto grau maçônico. Muitas vezes acompanhada por uma inscrição em latim- "Spes Mea in Deo Est" -  que significa: "A Minha Esperança Está Em Deus". 


No cruzeiro da Igreja de São Francisco Porém, o significado é mais voltado para as tradições Cristãs,

 valendo-se que cada símbolo pode possuir inúmeras interpretações de acordo com o meio e a  circunstância para o qual foi designado.  Porém, os olhares atentos de um indivíduo valem mais do que a escuridão provocada pela ignorância do não saber.



A PARTE II DESTE ARQUIVO PODERÁ SER ENCONTRADO EM:


http://simboloseartes.blogspot.com.br/



FOTOS: LAIS LIMA SOBREIRA®
FONTES DE PESQUISA:






segunda-feira, 15 de julho de 2013

Palácio do Bispo – Arquidiocese da Paraíba / Bishop's Palace - Archdiocese of Paraíba / Palacio Episcopal - Arquidiócesis de Paraíba / Palais épiscopal - Archidiocèse de Paraíba






 Tombado pelo IPHAEP por decreto nº 8642 de 26 de agosto de 1980 funcionou como um antigo Convento pertencente ao complexo Carmelita.  Atualmente abriga as instalações da Arquidiocese da Paraíba, nome esse que se deve não ao fato da Arquidiocese ser a Central do Estado, mas se deve ao antigo nome da Capital antes de 1930 (Parahyba). Com a mudança do nome a arquidiocese manteve a nomeclatura inicial para evitar maiores complicações. Sua fachada não é original estando relacionada ao movimento de mudança arquitetônica por volta do ano de 1900 à 1906, no Estado da Paraíba, onde vários prédios perderam as suas características originais ( em maioria coloniais).
Apesar de descaracterizado por fora  e por dento também o local é datado do mesmo período de todo o  complexo Carmelita ao lado do mesmo, composto pela Igreja da ordem Primeira e a Igreja de Santa Tereza da Ordem terceira e anexo. Em seu interior permanecem intactos apenas alguns arcos em portais feitos em pedra tais quais os materiais do próprio templo. Provavelmente construído em 1591, já estando descrito em relatos de Elias Herckmans, tendo sido concluído por volta do século XVIII. Durante o século XX passou por uma reforma de ampliação estrutural também em seu interior.
Em Janeiro de 1906, D. Adauto compra o prédio e transforma-o em residência episcopal e setor administrativo. É notável a brusca mudança da fachada do prédio, inspirado nos movimentos da Belle Époque europeia, o que acarretou numa perda irremediável a traços arquitetônicos originais coloniais na capital paraibana.
Quanto ao seu mobiliário, é possível encontrar algumas peças que datam dos séculos XIX e início do século XX.

Esse mesmo prédio já serviu para abrigar o 19º Batalhão do Exercito em 1829 e em 1905 abrigou o Colégio São José e logo depois o Jornal “ A Imprensa” até 1921. 

FOTO: LAIS LIMA SOBREIRA®

Capela de Nossa Senhora do Patrocínio - Antigo engenho Una/ São Gonçalo – Santa Rita / Chapel of Our Lady of Sponsorship - Old mill Una / São Gonçalo - Santa Rita / Capilla de Nuestra Señora del Patrocinio - Antiguo Molino Una / São Gonçalo - Santa Rita / Chapelle de Notre-Dame de parrainage - Ancien moulin Una / São Gonçalo - Santa Rita


A autora do Blog e ao fundo a Capela De NSa. do Patrocínio - Antigo Engenho Una 


Situada no antigo Engenho Una de propriedade do Senhor Antonio Pinto Mendonça, na várzea do Rio Paraíba, a 20 quilômetros da Capital João Pessoa, (em uma comunidade Rural conhecida por Patrocínio)em Santa Rita.

A antiga Casa Grande do Engenho Una - Santa Rita / PB

Detalhe da cúpula. Acredita-se segundo evidencias claras que antes desta cúpula o teto da capela seguia o formato hexagonal do local.



cúpula vista de dentro da capela

É interessante como a nave da Capela se assemelha ( em partes) com a Nave da Igreja da Misericórdia em João Pessoa - PB, em especial pelo altar-mor e o arco-cruzeiro.






É provavelmente datada de 1700 e abriga uma bela e raríssima nave hexagonal. Provavelmente também tenha sido construída a mando do então Mathias Soares Taveira, Senhor do Engenho que foi sepultado no interior da própria capela como era costume na época. No entanto a colocação da inscrição com a data é de 1913, o que de fato deve apenas ser uma referência que sugere o ano aproximado de construção do templo, sendo este não necessariamente de 1700, mas sim de anos um pouco posteriores ( das primeiras décadas do século XVIII).  As características seguem o estilo do século, conhecido como estilo maneirista ou jesuítico, como também estilo chão, nome mais correto para aquela arquitetura.

A exuberância e a atenção se volta a tal igreja devido a um detalhe incomum no Brasil em relação a arquitetura religiosa: a presença de nave em formato de um prisma hexagonal (6 lados). Outro detalhe importante também é que tal raridade pode ser comprovada ao passo que só existe mais uma capela em território brasileiro com esta característica arquitetônica: A Casa de Garcia D’Ávila ( aproximadamente de 1550), podendo ser chamada também de Castelo, Torre, Forte de Garcia d'Ávila ou simplesmente Casa da Torre e localiza-se no atual município de Mata de São João, no litoral da Bahia, Brasil.
Não desmerecendo o mérito da Casa da Torre, mas a Capela de Nossa Senhora do Patrocínio apresenta uma vivacidade única, diante de sua formação. A exemplo do traço clássico de sua estrutura, tal como suas colunas na fachada. Enquanto a “irmã Baiana mais velha” possui uma fachada bem mais sóbria e ausente de detalhes, o exemplar paraibano destaca-se por suas volutas na portada principal, além dos motivos florais que lembram em partes o Barroco Tropical. Por partes também a Casa da Torre preserva o telhado original hexagonal; fato que na Capela de Nossa Senhora do Patrocínio não ocorreu, tendo essa o telhado substituído por uma cúpula. Ainda referente à sua planta, a Capela do Engenho Una como também é chamada, possui outro detalhe impressionante, pois sua nave possui uma planta ligeiramente “oblongada”, possuindo dimensões de largura e comprimento que provavelmente vieram a influenciar por sua vez a construção de Igrejas como os de Nossa Senhora da Glória do Outeiro no Rio de Janeiro e a Igreja de São Pedro dos Clérigos no Recife.
A portada de beleza rara foi cautelosamente talhada em pedra calcária, com detalhes que chamam a atenção desde os pináculos até as volutas que fazem uma alusão às volutas barrocas existentes na arquitetura paraibana religiosa. O teto em cúpula provavelmente é fruto de uma reforma que serviu para substituir um telhado hexagonal. Na atual cúpula é possível ainda ver aberturas em forma de estrela.
Trata-se de um exemplar dos mais eruditos até então um tanto esquecido pelos município que o detém. Se não fosse pela comunidade ao seu entorno, o mesmo sem dúvidas estaria em ruínas. uma triste realidade no Município de Santa Rita/PB: O abandono e o desdém quanto a preservação de Bens Históricos. 
O certo é que a capela é um rico exemplar da arquitetura colonial; um conjunto que deve ser preservado e valorizado. 

FOTOS: LAIS LIMA SOBREIRA®/ Ghost =(

FONTE:

http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/07.080/277)

domingo, 14 de julho de 2013

Balaustrada da Aristides Lobo - João Pessoa/Paraíba / Balustrade Aristides Lobo - Joao Pessoa / Paraíba



Situada na Praça Aristides Lobo no Centro da Capital é referência de arquitetura pública do século XX. Estando atualmente em via de tombamento (2012) a mesma interliga as praças Aristides Lobo e a Pedro Américo, estando em um declive acentuado em relação à rua acima.
O projeto de formação da Praça e da balaustrada é de autoria da firma Cunha e Di Lascio, possuindo traços neoclássicos persistentes até os dias atuais.


Devidamente pintada de branco, dela pode-se ter uma vista de toda a Praça Aristides Lobo e parte da Praça Pedro Américo assim como a lateral do antigo Grupo Escolar Tomas Mindello e a parte de trás do 1º Batalhão da Polícia Militar da Paraíba.

Bem no seu topo ao meio da balaustrada e recepcionando quem sobe os seus degraus encontra-se um busto do próprio Aristides Lobo a quem seu nome foi cedido e homenageado ao nome da praça e de sua balaustrada.

FOTO: LAIS LIMA SOBREIRA ®

Tombamento?

Bom... Creio que você, caro leitor Patrimônio Paraíba já deve ter escutado tal termo: Tombo ou Tombamento de algo. Calma! Não me refiro ao termo tombar, sinônimo de cair. O Tombamento neste caso está associado à proteção, salvaguarda de um patrimônio de qualquer esfera. 
Pois bem. Vamos então as definições:

Tombamento: refere-se ao registro de um bem (de forma documental) em um livro (uma espécie de ata), pertencente a um Órgão ( no nosso caso IPHAN ou IPHAEP) que será responsável por tal proteção. O tombamento nesse caso é o meio legal que estabelece para quais quer finalidades que o referido bem ( material ou imaterial) precisa e deve ser protegido contra qualquer tipo de dano que o ameace. 

Os Bens tombados são "cadastrados" em um Livro ( O Livro de Tombo), obedecendo a uma sequência de características que reúnem os bens de acordo com suas similaridades. São Elas divididas em três livros:

O 1º Livro:  Tombo Arqueológico, etnográfico e paisagístico
O 2º Livro:   Tombo Histórico
O 3º Livro:  Tombo das Belas Artes, Livro do Tombo das Artes Aplicadas 


É importante deixar claro porém que o Tombamento é apenas uma iniciativa de proteção, não cabendo apenas ao Estado, Município ou Federação a tarefa de preservar os Bens existentes. Cabe a população a tarefa de preservar e de identificar locais que possam estar em situação irregular e que necessitem de reparos. 

Quer saber um pouco mais? 
Clique no link abaixo (referente ao Paraná) e tire suas dúvidas a respeito do Tombamento, quais as outras formas de preservação patrimonial e como abrir um processo de tombamento.


Abraços para todos!
e até a próxima.


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Sugestões e dúvidas


Casa Erário nº 30 - Praça Rio Branco / Exchequer House No. 30 - Plaza Rio Branco / Hacienda House No. 30 - Plaza Rio Branco / Échiquier Chambre n ° 30 - Plaza Rio Branco


Fundada para abrigar o Tesouro público, o prédio é datado do século XVIII, com a construção erguida em 1782 localizado no antigo Paço Municipal também chamado Largo do Erário em prol da edificação, atualmente chamada Praça Rio Branco, no Centro de João Pessoa / PB.
Quando foi erguida estava sob a administração do Capitão-Mor Jerônimo José de Mello e Castro.
A edificação dispõe apenas de um só pavimento que chegou ainda a abrigar um açougue, a cadeia, a câmara, o mercado e ainda a agência do correio geral a  partir de 1869, já sob a administração do Governador da Província, o Comendador Silvino Elvídio Carneiro da Cunha, o  Barão do Abiahy.
Possui o mérito de ser  referência da arquitetura Civil dos séculos XVII e XVIII.
O prédio ainda abrigou a Escola de Engenharia além do Curso de Música da UFPB  e por fim o NUPPO (Núcleo de Pesquisa Popular) juntamente como Museu da Cultura Popular.

A construção foi tombada pelo IPHAN desde 26 de abril de 1971 e atualmente abriga exposições variadas como fotografias, grupos e comunidades que usam o espaço para expor ideias, artes e cultura.

Um abraço fraterno e Fiquem na Paz!

NOTÍCIA PATRIMÔNIO PB - VALE DO GRAMAME: MEMÓRIAS E VIVÊNCIAS



AINDA DÁ TEMPO!!!

Uma Belíssima exposição Intitulada "Vale do Gramame: Memórias e Vivência" mostra um pouco da Comunidade do Vale do Gramame. A exposição de objetos como oratórios antigos, utensílios domésticos rústicos e fotografias ficará em exposição até o dia 16 de Agosto de 2013.

A exposição está situada também em um lugar que não poderia ser melhor: A Antiga Casa do Erário, na Praça Rio Branco, tombada pelo IPHAN desde 1971.
 A entrada é gratuita e não é preciso lembrar que vale a pena conferir!

A Exposição promovida pela Casa do Patrimônio de João Pessoa - PB tem por objetivo resgatar e enaltecer as variadas forma e vivências culturais do Estado, dentro da realidade de várias comunidades.


Abaixo você poderá conferir o link do Brincantes da Paraíba, com uma nota sobre os Cirandeiros do Vale do Gramame: é Cultura Pura e refinada!

Abraços para todos!
Até a próxima!

http://portal.iphan.gov.br/portal/montarDetalheConteudo.do?id=17399&sigla=Noticia&retorno=detalheNoticia

http://brincantesnaparaiba.blogspot.com.br/2011/07/cirandeiros-do-vale-do-gramame.html


Academia Paraibana de Letras







Situada na Rua Duque de Caxias, n.º 25, tombada pelo IPHAEP desde 26 de agosto de 1980, foi criado inicialmente em 14 de setembro de 1941 e contava com 11 cadeiras que posteriormente passaram para 30 em quantidade de acadêmicos.
Em 1959 após a reforma do estatuto criou-se mais 10 lugares totalizando o número de 40.
O emblema da academia foi inspirado nos movimentos dos séculos XVIII e XIX, tendo sido idealizado pelo cônego Mathias Freire e desenhado pelo Professor Eduardo Stuckert, trazendo o desenho do sol como símbolo de inteligência e talento, além da inscrição Decus et Opus que significa “estética e trabalho”.




























No seu interior encontram-se também o auditório Celso Furtado com capacidade de 101 pessoas, o memorial Augusto dos Anjos, além de uma biblioteca e memorial dos acadêmicos em seu interior e o “Jardim dos Academos” do lado externo da casa.

O prédio atual foi adquirido da ordem terceira de São Francisco pelo valor de Cr$. 70.000,00 (GUIMARÃES, P. 38), sendo originalmente erguido em estilo colonial. Antes da aquisição desse atual prédio as reuniões foram feitas onde hoje é a Biblioteca do Estado situado na Rua general Osório, nº 253.

FOTOS: LAIS LIMA SOBREIRA ®

Mas na Real, o que quer dizer IPHAN e IPHAEP?

Bem querido leitores. Também fiz esta pergunta há uns 4 anos, quando iniciei minhas pesquisas e comecei a me deparar com termos novos, nomenclaturas estranhas para meu vocabulário raso até então. Foi ai que percebi que minha pesquisa me propiciaria lago mais além do que eu buscava: um amplo leque de saberes estaria se abrindo diante de mim, mudando minha percepção sobre as coisas.  Pois bem. Então vamos ao que interessa, né!
Primeiramente é interessante que você saiba que na esfera de proteção e preservação dos patrimônios (sejam materiais ou imateriais) existem Órgãos responsáveis por esta tarefa. A nível mundial podemos citar a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), fundada após o fim da Segunda Guerra Mundial. Fica sob responsabilidade deste Órgão o tombamento de Monumentos, Cidades inteiras e áreas que são de extrema importância na esfera nacional e internacional. 

(caso tenha ficado curioso para saber o que é tombamento, espera que esse é o assunto de outra postagem, tá! Então Fica ligado!). 


No Brasil contamos com o IPHAN, ( Sigla para Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), Órgão Federal que é responsável pela salvaguarda dos Bens Nacionais ( sejam eles materiais ou imateriais). Atualmente este Órgão está vinculado Ao Ministério da Cultura.


Com efeito, cada Estado Brasileiro possui um Órgão subordinado ao IPHAN como se fosse uma espécie de "braço" para melhor atender as necessidades de preservação dos bens locais. Para tanto, o Estado da Paraíba possui o IPHAEP (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba), atualmente instalado na Rua João Machado, 348 - Centro de João Pessoa/ PB, em um casarão igualmente tombado pelo mesmo órgão que o utiliza como sede. 


Estes Órgão são se extrema importância para a manutenção, proteção  e identificação de Bens Patrimoniais, muito embora a preservação destes bens não dependam única e exclusivamente destes. A população de um modo geral é tão igualmente responsável pela proteção do seu acervo histórico, protegendo e denunciando se caso for irregularidades e possíveis atos de depreciação de locais tombados, pois a destruição destes locais é a fatal destruição da memória de um povo: de nossas próprias raízes e memórias, pois um povo se memória é um povo morto. 


Espero que vocês caros leitores tenham curtido esta matéria e que tenham tirado suas dúvidas sobre o assunto. Claro que uma pesquisa não para por aqui, então abaixo seguem os links que vocês poderão acessar para saber um pouco mais a respeito do IPHAN e do IPHAEP.


Um Abraço fraterno
e Bons estudos!

http://portal.iphan.gov.br/portal/montarPaginaInicial.do
https://pt-br.facebook.com/pages/Iphaep/140258839447756

sábado, 13 de julho de 2013

Casa da Pólvora


Situada no ponto médio da Ladeira de São Francisco, foi estabelecida na cidade por volta do final do século XVI. Erguida no ano de 1704 e tendo as obras finalizadas em 1710, é uma típica edificação setecentista, tendo a sua construção iniciada por meio de decreto da carta-régia de 10 de agosto de 1704.

Nessa época, consta em registros que o Capitão–Mor era o então Fernando de Barros Vasconcelos.
Símbolo da arquitetura militar aqui no Estado, possui uma estrutura física singular, com paredes de pedra, rebocadas apenas na parte frontal, deixando exposto as pedras nas partes laterais do prédio, além de ser rodeado por uma espécie de pátio externo e extenso.
Na parte da frente do prédio existia ainda um brasão incrustado na parede. Porém pela ação do tempo ou por motivos de descaso ou vandalismo, atualmente restam apenas  o espaço que o mesmo ocupava além de uma inscrição na pedra onde lê-se:
Sua edificação foi estrategicamente planejada para a implantação de equipamentos destinados a defesa da Capitania da Paraíba, sendo a segunda casa da pólvora do lugar e tendo como característica o fato de ser um mirante natural, mediante a sua localização geográfica que permitia a observação da área  do Porto do Capim no Varadouro, além da foz do rio Sanhauá, que cria naturalmente o limite entre as cidades de João Pessoa e de Bayeux.
Das imediações da Casa da Pólvora pode-se observar toda a extensão do Largo da Igreja São Frei Pedro Gonçalves, construído em estilo eclético e neoclássico do século XIX, além do Hotel Globo e da Praça Antenor Navarro e seu casario do início do século XX que compõe o conjunto da cidade baixa no Centro Histórico da Capital.
O local ainda passou por um período de restauração e reformas de 1977 a 1981. Atualmente abriga a exposição permanente  de fotografias de 1900, de autoria do fotógrafo Walfredo Rodrigues (exposição que recebe o nome do fotógrafo), além de algumas exposições paralelas.

O prédio foi tombado pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) desde 24 de maio de 1938, inscrito no livro de Belas Artes nº 103, além do livro Histórico nº 058.

FOTO: LAIS LIMA SOBREIRA ®

Batalhão da Polícia Militar (Primeiro Batalhão da PM)



Localizado com a Praça Pedro Américo a sua frente, atualmente apresenta-se no estilo de arte décor. Suas janelas foram modificadas também onde antes abrigavam belíssimos muxarabies que foram arrancados a mando de D. João VI que os consideravam antiquados, perdendo a sua original aparência colonial.
Sua construção é datada de 1810, concluída um ano depois em 1811. O local onde o prédio está localizado inicialmente pertenceu à irmandade do Senhor dos Martírios. Em troca deste terreno atual a irmandade recebeu o terreno onde hoje existe a Igreja de Lourdes que em outrora recebeu o nome de Igreja do Bom Jesus.
A construção do prédio deu-se a partir de “doações” de materiais provenientes de outras obras que estavam sendo feitas naquele período, além de ter sido aproveitado parte da estrutura original. Em 1903 o prédio foi adquirido pelo Governo do Estado vindo posteriormente a abrigar a Assembleia Legislativa, o IHGP e a Inspetoria de Higiene assim como a Escola de Aprendizes Artífices. Por fim passou a abrigar o quartel da Polícia Militar o que prossegue até os dias atuais.
Uma de suas mais importantes reformas ocorreu ainda no ano de 1931 sob a o governo do Interventor Antenor Navarro. Foi nessa reforma que o prédio ganhou a atual caracterização de linhas em Arte Déco.

O prédio foi tombado pelo IPHAEP sob decreto de lei número 8633 de 26 de agosto de 1980.
Obs.: Atualmente este prédio está passando por um processo de revitalização.

FOTO: LAIS LIMA SOBREIRA ®

Antigo Hotel Globo






Inicialmente chamado de Hotel Central, durante os anos de 1909, mudou-se em 1920 para a atual instalação no quadrilátero do largo da Igreja São Frei Pero Gonçalves, no Varadouro.
Construção de ordem do então hoteleiro Henrique Siqueira, comumente conhecido por Seu Marinheiro, era o local para as reuniões de “pompa” da alta sociedade da época, vindo a ser o palco de reuniões e encontros sociais e de pessoas ilustres.
Com a localização privilegiada a um belíssimo pôr-do-sol e de frente para a beleza natural do Rio Sanhauá e do porto do Capim, o Hotel Globo por mito tempo foi um lugar muito importante na sociedade Paraibana.
Sua construção e formação arquitetônica norteiam ao ecletismo (estilo artístico e arquitetônico que aceita misturar numa única construção vários estilos artísticos europeus). Além deste podemos citar a da presença da Arte Nouveau, que como o próprio nome propõe (arte Nova).
Foi essa arte nova o estilo vigente no final do século passado na Europa e que veio para sobrepujar/ ultrapassar o ecletismo, valorizando a decoração interna e externa com construções e objetos com desenhos inspirados em flores e folhas, além da então Arte Décor, demonstrando assim os traços que retratam a ativa transferência urbana do início do século XX em João Pessoa.
Esse estilo refinado tornou-se o espelho da própria sociedade que desejava libertar-se dos hábitos rurais e medianeiros para tornar-se próspera e promissora como assim se tornou e hoje se mostra sólida e com requinte próprio, típico do povo paraibano.
As mobílias também seguiam essas tendências artísticas do Neoclássico ao Décor, assim como a decoração do gradeado do Jardim do Hotel, com motivos florais em ferro, como propõe o estilo.
Já o belo jardim circulado por grades em ferro no mais legítimo estilo eclético, abraça um belo conjunto natural de plantas, como um cenário bucólico e abrilhantado com as nuances serenas do Sanhauá ao fundo e o por do sol digno dos deuses brindando o fim do dia.
Porém tanto glamour e imponência não foram o bastante para que o Hotel Globo se mantivesse na ativa. Após a transferência do porto do Varadouro para Cabedelo em meados de 1935 e da Construção do Paraíba Palace Hotel, na atual Praça Vidal de Negreiros (Ponto de Cem Réis), o Hotel Globo viu-se em decadência com a falta de hospedes até vir à falência total e o fechamento de suas portas.
Logo, local viveu seus anos de auge entre 1929 e 1935. Durante as décadas de 1940 e 1950, o local serviu como ponto de encontro para boêmios em busca de bebida e boa vida, seguindo assim lentamente para o esquecimento e falência total.
O prédio por sua vez, após o seu reconhecimento como um local de importância na história do desenvolvimento da capital, está no livro do tombo do IPHAEP (Instituto do Patrimônio Artístico do Estado da Paraíba), quando foi tombado no ano de 1978, mediante o Decreto Estadual de N.º 8639 de 26 de Agosto de 1980. 
Atualmente o prédio abriga a exposição permanente de parte do mobiliário do Hotel, além da exposição de caráter popular.
No primeiro andar do prédio localiza-se atualmente o Consulado Espanhol na Paraíba.
É importante salientar que o Antigo Hotel encontra-se interditado desde Setembro de 2013, diante desmoronamento de parte do muro de arrimo e parte do terraço do local. O desmoronamento deu-se devido as fortes chuvas que atingiram a localidade no período do incidente. 
Além das fortes chuvas, fatores como a sua localização ( pois se dá numa encosta)  e provavelmente pela ação do tempo, erosão do terreno e a proximidade com a linha férrea e a trepidação do espaço com a passagem do trem podem estar afetando consideravelmente a estrutura externa  - e interna - do local. 

Apesar de ser um exemplar de um passado um pouco distante de nossa realidade o Antigo Hotel Globo esconde em suas paredes e peças de seu acervo muitas histórias engraçadas, interessante e provavelmente emocionantes que em partes não morrem com o fim do prédio e sim ficam para a posteridade. 


FOTOS: LAIS LIMA SOBREIRA ®