terça-feira, 23 de julho de 2013

Desvendando a Simbologia na Arquitetura pessoense I- O Cruzeiro e a Águia Bicéfala da Igreja de São Francisco

Unveiling the Symbolism in Architecture pessoense I-Headed Eagle The Cruise and the Church of San Francisco - Paraíba

Revelando el simbolismo en la arquitectura pessoense I-Dirigió Eagle The Cruise y la Iglesia de San Francisco - Paraíba

Dévoilement du Symbolisme en architecture pessoense I -  aigle à tête de la croisière et l'église de San Francisco - Paraíba


Cruzeiro - ao fundo - Convento de Santo Antonio e Igreja de São Francisco


É indiscutível e admirável a beleza com o qual podemos conferir nas construções barrocas na capital paraibana. João Pessoa completará no próximo dia 05 de agosto exatos 428 anos de muita história e muitos mistérios também, principalmente em sua exuberante coleção arquitetônica, expressa principalmente nos edifícios públicos além das primorosas igrejas e conventos. 
Na posição de pesquisadora, sempre fui fascinada pela forma com o qual a arquitetura poderia esconder tantos mistérios em suas talhas, frisos, frontões, fachada de um modo geral, a exemplo do Convento de Santo Antonio e Igreja de São Francisco (conhecidos como Centro Cultural de São Francisco ou apenas Igreja de São Francisco - situada em João Pessoa - PB). Logo no adro é possível identificar um imponente cruzeiro feito em pedra calcária. Um monumento comumente localizado a frente de templos católicos. Uma prática antiga e com um significado mais profundo do que aparenta inicialmente. Muitos cruzeiros eram instalados antes mesmo da construções dos próprios templos e o significado é simples: A cruz como símbolo do sacrifício divino pela humanidade, onde também representava que "aquele" local estava destinado para a construção do templo, um território sagrado, demarcado pela cruz. 





O que é interessante notar é que o então cruzeiro situado no adro da Igreja de São Francisco em João Pessoa não é um cruzeiro qualquer: ele também é um rico exemplar de símbolos cristãos com origens em épocas bem remotas da humanidade. Em primeiro lugar, o cruzeiro abriga algumas aves que estão postas literalmente as pés da cruz. Não são quais quer aves: Em especial, uma bela ave bicéfala. Uma águia para ser mais exata. 
A origem das águias bícefalas é bem antiga e não é pertencente apenas a tradição simbólica cristã. Acredita-se que tenha origem dois mil anos antes da construção do Templo de Salomão, na cidade de Lagash - uma das cidades mais antigas da Mesopotâmia situada na Suméria, entre os rios Tigre e Eufrates ao sul da Babilônia ( hoje o território do Iraque). há relatos de que passou dos povos Sumérios para o povo de Akhad, seguindo para os Hititas e séculos depois, durante as Cruzadas entrando em contato com a tradição Europeia Medieval com o qual foi modificado e adaptado às tradições Cristãs, vindo no ano de 102 a. C se tornar um símbolo do Império Romano.  

Por ser um simbolo recorrente em várias culturas e ritos ao redor do mundo, o seu significado oscila entre o poderio imperial assim como para grupos mais restritos.  Na França por exemplo essa simbologia se estende também para grupos distintos como é o caso da maçonaria. Sendo usada pelo Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente, que viria mais tarde a dar origem ao Rito Escocês Antigo e Aceito a partir do ano de 1758. A mesma águia é o símbolo que representa o grau 33, o mais alto grau maçônico. Muitas vezes acompanhada por uma inscrição em latim- "Spes Mea in Deo Est" -  que significa: "A Minha Esperança Está Em Deus". 


No cruzeiro da Igreja de São Francisco Porém, o significado é mais voltado para as tradições Cristãs,

 valendo-se que cada símbolo pode possuir inúmeras interpretações de acordo com o meio e a  circunstância para o qual foi designado.  Porém, os olhares atentos de um indivíduo valem mais do que a escuridão provocada pela ignorância do não saber.



A PARTE II DESTE ARQUIVO PODERÁ SER ENCONTRADO EM:


http://simboloseartes.blogspot.com.br/



FOTOS: LAIS LIMA SOBREIRA®
FONTES DE PESQUISA:






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