sábado, 24 de maio de 2014

Casa da Pólvora e dos Armamentos



Situada no ponto médio da Ladeira de São Francisco - primeira rua da Capital paraibana -  foi estabelecida na cidade por volta do final do século XVI. Erguida no ano de 1704 e tendo as obras finalizadas em 1710, é uma típica edificação setecentista, contando com a sua construção iniciada por meio de decreto da carta-régia de 10 de agosto de 1704.

Nessa época, consta em registros que o Capitão–Mor era o então Fernando de Barros Vasconcelos.
Símbolo da arquitetura militar aqui no Estado, possui uma estrutura física singular, com paredes de pedra, rebocadas apenas na parte frontal, deixando exposto as pedras nas partes laterais do prédio, além de ser rodeado por uma espécie de pátio externo e extenso.

Na parte da frente do prédio existia ainda um brasão incrustado na parede. Porém pela ação do tempo ou por motivos de descaso ou vandalismo, atualmente restam apenas  o espaço que o mesmo ocupava além de uma inscrição na pedra onde lê-se:

"REINANDO EM PORTUGAL OMº ALTO E PODEROZO E SºM NOSSO DOM IOÃO 05º E GOVERNANDO ESTA CAPRTA IOÃO DA MAIA DA GAMA SE FES ESTE ARMAZEM ANNO DE 1710"

(A digitação respeitou fielmente a forma escrita original no brasão)

onde antes havia um brasão da coroa, hoje nada mais resta do que o molde e inscrições que fazem referência ao mesmo

Sua edificação foi estrategicamente planejada para a implantação de equipamentos destinados a defesa da Capitania da Paraíba, sendo a segunda casa da pólvora do lugar e tendo como característica o fato de ser um mirante natural, mediante a sua localização geográfica que permitia a observação da área  do Porto do Capim no Varadouro, além da foz do Rio Sanhauá, que cria naturalmente o limite entre as cidades de João Pessoa e de Bayeux.

Das imediações da Casa da Pólvora pode-se observar toda a extensão do Largo da Igreja São Frei Pedro Gonçalves, construído em estilo eclético e neoclássico do século XIX, além do Hotel Globo e da Praça Antenor Navarro e seu casario do início do século XX que compõe o conjunto da cidade baixa no Centro Histórico da Capital.


O local ainda passou por um período de restauração e reformas de 1977 a 1981. Atualmente, após um processo de revitalização de parte do Centro Histórico, o local abriga a exposição permanente  de fotografias de 1900, de autoria do fotógrafo Walfredo Rodrigues (exposição que recebe o nome do fotógrafo), além de algumas exposições paralelas.

Vale ressaltar que haviam ainda outros armazéns como este, a exemplo do situado na Rua Rodrigues Chaves (este último destruído pelo tempo) e  na Rua General Osório, nº 21 - João Pessoa/PB, onde hoje abriga apenas uma residência que se deixa passar desapercebida por que por ali passa, assim como tantos outros prédios  históricos do Centro da capital paraibana. 








O prédio foi tombado pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) desde 24 de maio de 1938, inscrito no livro de Belas Artes nº 103, além do livro Histórico nº 058.

sábado, 3 de maio de 2014

Fonte do Tambiá

                                                              



Localizada no interior do Parque Zôo Arruda Câmara no bairro do Roger. Sua origem é associada à uma bela lenda indígena. Após um embate entre índios das tribos Cariris e Tabajaras, o índio Tambiá, guerreiro da tribo Cariri, foi atingido gravemente e logo foi capturado pelos índios da tribo rival. Na aldeia Tabajara, Aipré, filha do cacique Tabajara foi ofertada ao moribundo com o título de “esposa da morte”.  No entanto Aipré já estava apaixonada pelo jovem guerreiro e cuidou-o incessantemente. Tambiá não resistiu aos ferimentos e faleceu e por cinquenta luas Aipré chorou o luto de seu guerreiro. A partir de suas lágrimas formou-se um olho d’água  que veio a verter água doce e mineral.

Por meio dessa lenda batizou-se  o local como  " Fonte do Tambiá" e posteriormente o próprio nome do bairro em que o parque está instalado. Outro motivo pelo qual o nome Tambiá tenha origem deve-se ao grande número de centopeias chamadas tambiás.
A construção da fonte em pedra foi iniciada por ordem da Fazenda Real e custeada por donativos dados pela própria população. Entre os anos de 1889 à 1922 a fonte sofreu diversas mudanças vindo a incorporar ainda e 1922 ao parque que receberia o nome do botânico paraibano Arruda Câmara.
Em seu centro havia as armas imperiais em escudo de pedra. Além desta fonte, outras duas faziam a manutenção de água nas regiões do complexo franciscano ( A fonte de Santo Antonio) e na região por trás do Complexo Beneditino ( A bica dos milagres – em ruínas nos dias atuais).

A fonte do Tambiá é tombada pelo IPHAN,  inscrita no Livro Histórico nº176 de 26 de setembro de 1941.

Estação Ferroviária de Santa Rita


plataforma de embarque/desembarque


 Situada próximo a Feira Livre de Santa Rita, em uma área recuada, é na verdade o ponto de partida do trajeto férreo entre os município de Santa Rita ao município de Cabedelo. Foi projetada ainda no final do século XIX, nos idos de 1880 e inaugurada em 1883 pela The Conde D’eu Railway Company Limited.
Seu uso original era o de transportar cargas e passageiros, servindo hoje apenas para o transporte de passageiros.
Seu auge se deu com a exportação de produtos têxteis da fabrica de tecidos Tibirí e da Usina São João e suas cargas de açúcar, aguardente e álcool.


Após vistorias técnicas feitas recentemente, foi possível encontrar as ruínas das construções primarias do que um dia foi à antiga estação ferroviária de Santa Rita, que de nada se parece com o prédio original.

além das grades destruídas, o mato toma conta de parte do local

Sua construção é datada da década de 30, estando a 30 km da estação de Cabedelo e a 10 km de estação de João Pessoa e ainda 4.2 km de Bayeux.

A estação foi tombada pelo Decreto Estadual do IPHAEP Nº. 22 082 de 03 de agosto de 2001, no entanto apesar de sua importância histórica não é possível perceber os cuidados necessários para a manutenção do prédio visto que são visíveis os reparos que deveriam ser feitos em sua estrutura.